Placa sinalizando a rua das Marrecas, no centro do Rio de Janeiro
"Um bom dia de domingo começa com iogurte, aveia e linhaça.
É muito gostoso e faz bem pra digestão.
Pego o metrô e chego ao centro do Rio.
Subo as escadas e a Avenida Rio Branco surge imponente a minha frente.
Ouço quatro “glob, glob’s” e percebo que todo o comércio esta fechado.
Vou voltar pra casa. Será que dá? Não, não dá.
O McDonald’s da Cinelândia não funciona domingo. E agora?
Minhas pernas travam, a testa fica molhada com o suor gelado.
Será que a cólica menstrual de que as meninas se queixam é assim?
Já sei. Vou pra Pizzaria Guanabara. Lá funciona vinte e quatro horas!
Deixo pra trás uma banca de jornal. Cruzo a Senador Dantas. Outra banca.
Paro um pouco. Mudo a forma de respirar e seco um pouco a testa.
Preciso continuar. Falta pouco. Sigo minha via crucis.
Rua das Marrecas. Como é que esses caras de empresa de ônibus fazem?
Ai, essa doeu! Seguro na grade da Escola Nacional de Música.
Não ta dando, não ta dando... Melhorou, melhorou.
Olha lá a Pizzaria. Peço uma Coca ou entro direto?
Atravesso a rua. To chegando. Que bom. Outra rua.
Piso na calçada da pizzaria... hum, que foi isso?
Não... não pode ser. Essas paradas só acontecem comigo.
Não pode ser. Que merda. Não acredito... Filha da p*ta!"
*Pequeno trecho do livro de memórias de marley.mark que será lançado.
Ouvindo “Qualquer bobagem”, Mvtantes.
Sete e trinta e dois da noite. Domingo, dia trinta e um de julho de dois mil e onze.